Certas coisas são tão
tristes que chegam a doer. Mas o que toca mesmo é ver e não poder fazer nada
pra mudar a realidade. Isso sim faz doer o coração, toca o mais profundo da
alma podendo fazer uma lágrima cair no chão.
É tão ruim não poder transformar
um semblante triste em um sorriso, é deprimente não poder fazer um gesto
solidário e levar esperança a um coração vazio. Seria tão bom se eu pudesse
fazer felizes todos àqueles que encontro pelo caminho, abandonados, maltratados
pela vida e excluídos por uma sociedade desigual. Porém, mesmo quando me sinto
de mãos atadas, vejo uma luz no fim do túnel. Então com toda sinceridade e com
espírito solidário, peço a Deus que faça pelo irmão aquilo que não posso
fazer, peço que Deus dê esperança a quem já não mais sabe o que é isso.
Certa vez estava no
ônibus indo para a universidade quando entrou um senhor debilitado por
determinada doença. Ele fez seu apelo a todos os passageiros, pedindo que o
ajudassem com “qualquer moeda”. Aquilo me doeu profundamente. Eu não costumava
dar dinheiro a essas pessoas, mas naquele dia eu dei todas as moedas que tinha
sem pensar se eu precisaria mais tarde. Depois que esvaziei minha bolsinha de
dinheiro, me toquei que eu poderia precisar, pois teria que trabalhar depois de
estudar. Mas logo pensei que aquele homem precisava mais do que eu e que o
que fiz, por mínimo que fosse, era um gesto de solidariedade.
Se cada um pudesse fazer
o que está ao seu alcance para ajudar o irmão mais necessitado, mesmo que não
seja em dinheiro, o mundo seria mais solidário e talvez a sociedade pudesse ser
mais justa e menos desigual. O problema é que somos tocados e até sentimos a
dor do irmão, mas não somo capazes de nos mover para ajudar. Essa tal de
solidariedade não pode ficar só no pensamento.